20 de outubro — Dia do Poeta. Um pouco de mim...
Quando meu coração abraça minh'alma, sinto-me num bosque, onde fantasio duendes e fadas, onde não existe solidão, onde posso renascer e de mãos dadas comigo mesma. Navego em sonhos e com o silêncio. Ouço apenas a voz dos meus sentimentos atentos para falar da realidade, encantos, desencantos, da magia que me envolve, indizível, invisível mas que teimo deixar escrito para a eternidade. Já disse uma vez, em um post, que poeta não morre, segue rumo ao arco-íris...
Nesse abraço, me enlaço com meus sentimentos, sinto meu corpo suavemente descompassado e meu coração fala através de palavras. As palavras fluem como beijos para cada pessoa que lerá minha escrita, e, quando meus dedos tocam o teclado, ou mesmo quando entrelaço caneta e papel, é como me sentisse abraçando quem me lê, numa melodiosa e harmoniosa sinfonia que afaga meus tímpanos num ritmo deleitoso, e me sinto bailando em nuvens.
Sinto uma brisa suave tocar meu rosto, o vento leve que deixa o voar das borboletas. Ouço o barulho das asas do beija-flor, sinto-me envolvida pelo brilho das cores do arco-íris, mãos segurando as minhas e olhos me fitando, deixando que eu veja meu reflexo em suas íris.
Pareço estar rodeada por borboletas, afagada por um cão e acalentada pelo ronronar de um gato, amigos fiéis... e não sinto medo. Entrego-me à impressão de ouvir a voz dos anjos lendo meus sentimentos. Sensibilizo-me, tenho vontade de chorar e choro. Cristais rolam em meu rosto amadurecendo meu espírito... e escrevo.
Deixo fluir meus sentimentos e sinto que o amanhã vai ser mais bonito. Olho sem olhar para o infinito e penso apenas no espetáculo que me espera lá fora, cheio de graça, e quase me sinto criança, rodopiando num carrossel e pensando o que seria quando crescer.
Cresci, sonhei, me iludi, superei, e posso ficar de mãos dadas comigo mesma, sentir-me feliz; assim consigo estender as mãos para as pessoas que me lêem no carrossel de minha vida agora, no presente.
Meus sentimentos divagam e minha imaginação torna-se um poema. Entro em temas que às vezes me fazem reviver lembranças tristonhas, às vezes felizes.
Enfim, de coração falo e consigo até pensar que sou poeta, que minha palavra é poesia, que leva som e melodia...
Depois de tudo isso, nesse turbilhão de bons sentimentos, ainda correndo atrás do arco-íris, sou mesmo poeta, ou atleta?
Responda-me você, coração que me lê agora. Sua resposta para mim é poesia.