domingo, 13 de junho de 2010

Tributo a meu Namorado... do Passado...

Tudo o que é bom dura o tempo suficiente para se tornar inesquecível... A vida só é compreendida olhando-se para trás; contudo, só pode ser vivida olhando-se para a frente.

Meu amor do passado é uma gota no oceano, mas sem ter nada a recordar, o oceano seria menor. Nada faz tão bem como recordar; contudo, sem saudade, senão a vida se torna fugidia.

Penso assim: "Recordar é viver", por isso perco às vezes parte do meu tempo recordando minha história, sem fechar as portas do presente para ficar no passado. O presente, como o próprio nome diz, é um 'presente'. Não se pode viver de olhos fechados para o espetáculo maravilhoso que é a nossa existência.
Quando sonho e devaneio em recordações, com coerência, guardo-as novamente.  

Um pouco de mim:  'Quando me recordo, me sinto mais jovem'.

Tributo a meu Namorado... do Passado...

A lembrança traz ao presente
meu namorado.
Tão longe... no passado.
Meu universo de amor!
Essa lembrança me ajudou a viver.
Restos de sonhos, de fantasia
que outrora eu vivia...
Desse amor meu coração se nutria
para feliz eu viver.
Com ele aprendi a amar, e, sem pensar,
com o feitiço do luar... a me encantar.
O enlevo com seus beijos,
satisfazendo meus desejos,
com gosto de "quero mais"...
Flores para mim colhia, sorria...
A alegria com ele era infinda e
eu de amor borbulhava... 
Sonhava esse amor sempre ter.
Hoje, apenas recordações... 
Não resistiu aos dissabores.
Ficou no passado.
Resta-me como herança
na minha lembrança.
Relembrando esse namorado,
emoção do coração minh'alma arranca.
Doce alento... encantamento...
Pena não ter amado mais...
Apagar essa lembrança?
Jamais.

Lídia Valéria 
De alguma maneira, 
a lembrança do namorado do passado fica; 
porque o passado nunca se aposenta.
Lídia Valéria

sexta-feira, 4 de junho de 2010

É festa junina... Vai tê...























Brasil e Portugal mantêm o costume de homenagear com festas os santos com aniversário em junho. As comemorações são ainda mais populares no Nordeste brasileiro. 

Muita 'comilança': milho verde assado e cozido, paçoca, pamonha, bolos de fubá e de milho, amendoim, pinhão, curau (doce de milho), pipoca, o delicioso vinho quente e o quentão. Hum... tão bom!... O som da sanfona convida todos a dançar; são músicas e ritmos chamados 'caipiras', em homenagem e respeito ao povo trabalhador da roça.

A alegria fica solta... Risos, danças, criançada correndo, quitutes deixam o aroma delicioso e prazeroso seguindo o vento. O céu colabora para o espetáculo com o brilho dos fogos, completando a festa.

Ao escrevermos com a ortografia errada, não o fazemos como crítica; ao contrário, é uma homenagem respeitosa a essa gente que merece a nossa reverência. Cuidam da natureza com amor e tiram  proveito dela, e nós pegamos de carona os benefícios que provêm desse trabalho tão digno.

Se você nunca participou de uma festa junina, comece a pensar e até a fazer a sua. Pense nisso. É um mês de alegria... 




Está no ar... Sorria!



É festa caipira... Vai tê...
 
Meu ranchinho é bem piquititinho,
mas vai dá pa acunchegá.
Vai tê muinta gente, cantoria, dança e viola;
tamém muinto arrastapé...
Queru vê gente chegano, genti cantano,
pa todu mundu si oiá.
Meu ranchu num tem janela, cas paredi
tudo torta, ma num é isso qui vai trapaiá.
Tem um fugão na cuzinha, vamu fazê pipoca,
i sempri u quentaum isquentá.
Miá sogra vai sê uma tristura,
puis gosta di fuxicá.
Ela custuma rogá praga ni quim garra nu dançá.
A genti isqueci a véia e vai pru terrero si alegrá.
Vai tê paçoca da boa e minduim pa ' isquentá'.
Na fuguêra, vamu assá u mio qui é pru gais num cabá.
Dispois da cantoria, vamu dançá a quadria e vamo
namorá, bejá, cantá... i si a sogra véia num tivé pertu,
nóis podi até si abraçá.
Ieu tô falano tudu issu, pruque si porpaganda num façu,
num vai tê arrastapé...
Vô ficá nu meu cantinho, co meu véio, tadinho...
tá bem acabadu, increncado... Tem dor nu corpu, u coitadu...
u pé tá sempri inchadu, purisso, só fica sentadu.
Dasveis inté si alevanta, pra módi minxergá mió. 

Ieu só façu memu porpaganda pruque gosto di
festa di Saum Juão, causdiquê si mexu u méu pé, 
u meu véio fica arrepiadu, cum ciúmi, coitadu! 
Si ficá nervosu, cumeça a xingá, 
fica atentadu i joga tudo pru chão. 
Dispois ninguém sigura... i o baile pódi acabá. 
Vai sê uma noiti linda, tudu mundo filiz 
si diliciano co quentaum... 
Vai sê taum baum! 
Ieu gostu di romaria, di festança, di fuguêra; 
e até dispois, pá pagá us pecadu, fazê uma porcissão... 
Saum Juão fica contenti, pruque sabi qui a genti gosta 
das noiti di Saum Juão... Ô trem baum!... 
Dispois qui u baile acabá, nóis ajueia nu artá, 
nóis fála cum sentimentu profundu: 
Mio Deus, nóis tem muinta fé 
di qui nunca mai vai cabá essa aligria 
qui faiz bem pra todu mundu. 
Viva a noiti di Saum Juão, a fuguêra, 
u arrastapé, u quentaum... 
i a nossa uniaum!  
Taum baum! 
Sô a muié mai filiz du mundu, 
co meu coraçaum bateno  profundu. 
I num é pra cê anssim, ara!




Lídia Valéria 

 
Parece até que sinto o cheirinho 
da pipoca e o som da sanfona.
Ô festança boa!



Real Time Web Analytics