domingo, 31 de março de 2013

Páscoa




     
Páscoa — Vida Nova
Vive em vão o ser humano que não leva a cabo a tarefa que lhe foi assinalada por Deus na vida..."
Lídia Valéria 


sexta-feira, 8 de março de 2013


Dia Internacional da Mulher — 8 de março

Parabéns a todas as mulheres.

Me enfloro para agradecer a Deus minha existência — Orgulho de ser mulher.


Mulher

Falar da mulher é falar do amor, da vida, da pulsação eloquente 
de um coração que sabe amar. 
Traz sempre na memória sua biografia 
e às vezes faz dela uma divina anarquia.
Gostaria de ver contadas suas histórias num livro. 
Fatos relevantes que a tornariam vencedora, e até heroína.
A mais corajosa dos seres, 
a que mais cometeu loucuras de amor para manter-se viva...
Seus projetos de amor não saturam sua emoção; 
tem perseverança para executá-los porque define a vida como bonita. 
À medida que avança, seu corpo esfria nos obstáculos e na raiva, 
mas a alma treme de medo das avalanches.
A cada vitória, seus olhos brilham, e percebe que almeja chegar a seu ápice.
Regozija-se ao saber que o mundo sabe de suas conquistas.
Sábia, almeja atingir o apogeu da qualidade de vida, 
o auge no sentido de sua existência, os patamares da tranquilidade, 
e, como alpinista, chegar ao topo da vida.
Barreiras não a assustam, e às vezes, quando se intimida,  
pensa em seus sonhos.
Nada a detém, pois nenhum obstáculo é grande demais para ser superado.
Nem sempre consegue retirar todas as pedras, 
mas, colocando-as ao lado, caminha e constrói um degrau.
Consegue dividir-se e se desdobra em milhões, garantindo assim mais segurança.
Tem consciência do espetáculo da vida que pulsa em seu ser.
Por um filho, dá a cara ao mundo. Se não resistir, chora.
Tem ouvidos para apreciar uma melodia, olhos para observar as flores,
ritmo e sensualidade para dançar, mesmo que sozinha, cantos para alegrar o mundo,
palavras para adocicar corações, cristais em lágrimas para lavar sua alma.
Não apenas dá, mas também proporciona.
Um simples elogio afaga seu coração e a faz doar sorrisos e frases com sabedoria.
Pode ter vários defeitos, às vezes algum erro,
 mas é melodiosa para dar amor, e num transtorno, ou conflito,
não perde a majestade para enfrentar a vida que pulsa dentro de si.
Deus, autor de sua existência, deu de presente a ti, Mulher, 
por competência e perseverança, a maior de todas as glórias — O milagre da Vida.
O mundo sem ti, Mulher, não seria tão bonito.
Pelos teus créditos, não és apenas uma pessoa — És Única, mas Singular e Plural.

És Mulher, Divina e Maravilhosa! 

Lídia Valéria

Sigo em frente, cabeça erguida ...
e com orgulho de ser Mulher.
Lídia Valéria


* figura formatação — internet

MEU primeiro sutiã


Republicação

8 de março — Dia Internacional da Mulher

Quem não se lembra do primeiro sutiã?
Aconteceu comigo; quem sabe também com você?



Meu primeiro sutiã

Tímida, caçulinha peralta, ovelha negra — no bom sentido — em travessuras.

Minha teoria é de que o último filho não é o mais cortejado, mas sim o mais indesejado.

Em devaneio, vôo acima das nuvens de minha imaginação e consigo enxergar-me num passado distante. Tão lindo é vagar nessas lembranças e enxergar a felicidade lá de cima... Tantas lembranças! Dispenso algumas, mas não hesito, insisto!

Emociono-me ao lembrar quando olhei pela primeira vez de forma curiosa para meu corpo, que surgia de forma diferente diante do espelho: espremidinha na imagem de mulher sem graça, meio curva, sem forma, tendo tudo a completar. Percebia que meu jeito de curvar-me era para esconder algo, que para mim era, no momento, um tormento. Percebia que sob minhas roupas simples de menina despontavam pontos antes não existentes. Que vergonha! Estava entrando na puberdade, e nem sabia... Prestava mais atenção em mim, o que não fazia antes. Descobria defeitos, mas também conseguia valorizar partes.

Pela educação que recebia, jamais poderia pensar em dar realce às minhas formas que começavam a escapulir do meu jeito sem graça de criança. Pensava pela primeira vez em ficar mais ereta, mais feminilidade no andar, escovar mais os cabelos, ousar passar batom em tom mais forte, mais evidente, até um perfume mais 'glamuroso'. Ousadia da minha inocente puberdade, mesmo assim, não usei outro, senão o Flor de Maçã, tão suave, tão doce! Sapeca, levada da breca, nem combinaria colorido em minha face e lábios. Seria motivo para um castigo, já que a disciplina em casa era quase militar.

Atrevi-me a abrir a gaveta de minha irmã mais velha e, sorrateiramente, experimentar um sutiã. Tranquei-me em meu quarto (que não era só meu) e o experimentei. Tive dificuldade ao ajustá-lo... alças e colchetes. Era tão lindo! Puro cetim cor-de-rosa!

Vendo meu corpo em realce, mesmo com as alças desajustadas, pude notar diferença. Tentei, tentei um ajuste mas não sabia. Era a primeira vez que estava entrando no mundo tão reservado das mulheres, e eu era apenas uma criança. Mesmo assim, gostava do que aparecia no espelho e me sentia pela primeira vez uma mocinha. Prendi meus cabelos deixando partes caídas levemente em meu rosto e ombros... Estava linda e eu me admirava pensando que era hora de criar uma nova forma de me vestir, pentear, uma leve maquiagem, um novo andar, e, quem sabe, receber alguns elogios dos meninos da escola.

Em devaneio, esqueci-me do tempo. Batidas à porta fizeram-me 'acordar'. Abri a porta e minha irmã entrou. Não deu tempo de tirar o sutiã! Era hora de ir para o colégio e eu não sabia o que fazer. Peguei meu material e, muito assustada, saí com aquela sensação de desconforto, pensando que todos iam notar. Ao passar pelo espelho que havia na sala, notei que as pontas (parte mais importante) do sutiã estavam fofas, sem o ajuste certo, e marcavam de forma errada meus primeiros sinais de seios. Voltei rápido até o banheiro, peguei algodão e preenchi a parte que 'faltava', ficando mais volumoso. Isso me agradou.

Andei como se flutuasse pelas ruas até chegar ao colégio. Foi tudo tão corrido, mas estava feliz e sentia-me atraente.

Ao chegar ao pátio, já andava de forma diferente, confiante na figura que projetava. O mundo parecia só meu...

Encontrei uma amiga. Ela, notando a diferença, fez um 'curto' elogio, mas, em seguida, para meu espanto e para finalizar minha 'performance', disse-me, olhando pelo decote meio evidenciado da blusa do uniforme, com sorriso irônico:

— De algodão, hein?

Meu primeiro sutiã... Que vexame!

Não deixei mais de usar.


Lídia Valéria


O sonho e a delícia de usar um sutiã... 
para mais tarde perceber o quanto ele é desagradável.
Lídia Valéria

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