domingo, 13 de março de 2011

Folhas Secas

Não basta apenas viver, é preciso sonhar.
Muitas vezes sonhamos de olhos abertos e podemos ver nossa realidade exposta e o avesso de nossa alma, que mostra de forma explícita nossos enganos.

Vemo-nos diante de folhas secas, e junto delas a percepção de todas as nostalgias, presunções, fantasias, deslumbramentos, amor antigo, pensamentos vagos que nos levam a abordar o passado, tentando ver o que nos desalinhou e decepcionou a nós mesmos e as outras pessoas. 

Quantas absurdas soluções levaram-me ao nada... Jurei muitas vezes, a mim mesma, que não repetiria essa trajetória sem prumo, agarrada à minha insensatez, pensando ser a dona do mundo...

Posso notar que hoje as decisões da rotina de minhas atitudes são bem menores. Previno-me contra infelicidades futuras, confidenciando-me, comigo mesma, normas para traçar meu caminho, mesmo que seja em chão duro, em meio a folhas secas.

Caem em meu caminho, fazendo-me caminhar por entre elas em reminiscências mais conscientes e sutis. Mesmo que me deixem em chão árido, sinto-me possuída de energias acalentadoras que enlevam minh'alma. Guardo-as em folhas marcadas de livros, onde, com o tempo, já não serão 'folhas', mas uma só folha.  

Para manter minhas lembranças, por precaução, às vezes tomarei as folhas em minhas mãos. Nelas guardo minha história. Darei uma olhadinha nas folhas antigas, que são a história de todas as infelicidades que eu mesma plantei. O tempo passará e apenas uma folha restará. Será a prova de que realmente restam apenas recordações vagas.

Terei o meu jardim, onde olharei as flores que cobrirão as folhas secas... Tudo será passado. Que nesse dia eu tenha toda a glória e o esplendor mostrando a saída de minha fragilidade humana, para a entrada no infinito de meu grito prensado em meu coração.

Que a felicidade, mesmo que não duradoura, faça-me saltar para a frente, sem receio, abortando-me de hábitos que me levam ao descuido de minha segurança emocional. Que eu possa dançar, mesmo à beira do abismo, cantando melodiosamente, segurando um grito. Quero acampar meu sorriso, mesmo que emanando cinismo e ironia, aprendendo a rir de mim mesma, e que assim me revele ao mundo.

Voltarei a cantar as cantigas esquecidas e serei outra vez uma fortaleza, não a redoma que me afastou do mundo. Voltar aos tempos de criança, em uma cantiga de roda, ou em um carrossel... meu rosto ao vento, encarando a vida como uma aventura.

Quero recomeçar...  mas ainda não tentei.

E você, já sentiu-se assim, como eu?




Folhas Secas

 Mesmo caindo, as folhas mostram
  o meu resfôlego...
para dizer que te amo ainda.
Sutilmente, nas folhas secas, o meu amor existe.
As folhas caem e suavizam meus sonhos.
São como cristais que rolam quentes de meus olhos
por sentirem a falta sua
ao lembrar de seu sorriso, seu perfume...
Durante a vida, não usarei a força
para destruir as folhas secas
  que foram colocadas no meu caminho.
Usarei a minha alma para colocá-las
à margem da estrada,
onde jamais me incomodarão.
Meu coração pulsa feliz.
Debruço-me sobre as folhas
jogadas ao vento pela natureza
e torna-se mágico este lugar.
  Me embalo na paixão de viver.
São folhas cheias de mistérios...
  reminiscências, utopias, magia e devaneios...
Ao final do dia, o brilho do arco-íris
me arrebatará dessa paixão.
  Ao anoitecer, anjos em sentinela
me guardarão descendo do céu,
cobrindo-me de estrelas.
Em meio a essa magia, embriagada por enlevos,
 derramarei meus últimos cristais.
Abortada desse amor, não terei mais ais...

                                                         Perder-me por amor – não mais.

Lídia Valéria

Fácil percorrer a estrada do ideal 
entre as flores do próprio reconhecimento,  
questionando as dúvidas guardadas.
A luz da razão nos orienta que somos como o Sol 
e a Água vertente atrás de nossa consciência.
 Lídia Valéria

terça-feira, 8 de março de 2011

Honra-me dedicar esta homenagem, feita a mim, para todas as mulheres


Muitos compromissos, por mudança de país, impediram-me de atualizar meu blog. Para minha felicidade, recebi uma homenagem, com um poema de autor desconhecido, de uma amiga leitora. Amiga virtual que tornou-se real em minha mente, em meus dias, harmonizando minha vida com seus comentários em meu blog de forma rotineira e com muita doçura. 

Sempre presente de forma gentil, educada e elegante em seus e-mails, que se tornaram preciosidades para eu acreditar que vale à pena continuar escrevendo, mesmo que seja em forma de aprendiz de poeta. Um luxo ler tudo o que ela me escreve e se faz presente em meu espaço poético — assim como os outros que me visitam.

Ah, o que seria de nós, aprendizes de poetas, não fossem esses anjos humanos que nos enlevam e nos fazem acreditar que podemos insistir em desenhar nossos sentimentos através da escrita e de inspirações, nesta tela onde tentamos passar alegrias, às vezes um desabafo, outras vezes, apenas melodiosas escritas a que damos com ousadia o nome de poema, verso, poesia...

Entro em devaneio e meu dia torna-se mais harmonioso com as considerações de todos que me visitam e deixam um rastro amigo com palavras acalentadoras. Meu espaço fica perfumado pelas palavras que iluminam meu blog.

Agradeço a todos os meus leitores. Hoje, especialmente à minha leitora assídua que é a professora Albani Gomes da Siva, pessoa singular, que aprendi a admirar com seu contato amigo. Ela tem doçura nas palavras, deixando-me sentir como se realmente fosse uma poetisa. Seu incentivo talvez me leve ao luxo de merecer esse título, quem sabe...

Repasso o que recebi orgulhosamente dela neste dia especial: Dia Internacional da Mulher.
Fico-lhe grata, doce amiga virtual, mas real em meu coração.
 
Dedico esta homenagem a todas as mulheres... Divinas e Maravilhosas!


Mulher...

Que traz beleza e luz aos dias mais difíceis,
  divide sua alma em duas
para carregar tamanha sensibilidade e força.
  Ganha o mundo com sua coragem;
  traz paixão no olhar...
Mulher,
que luta pelos seus ideais,
que dá a vida por sua família.
Mulher,
que ama incondicionalmente;
que se arruma, se perfuma,
que vence o cansaço.
Mulher,
que chora e ri.
Mulher que sonha...
Tantas mulheres, belezas únicas, vivas,
cheias de mistérios e encantos.
Mulheres que deveriam ser lembradas,
amadas, admiradas todos os dias...
Para você, Mulher tão especial...

Feliz Dia Internacional da Mulher!

(Autor desconhecido)


Obrigada, amiga leitora, Albani.
Lídia Valéria

Uma palavra amiga  me afaga, me acalenta ...
Um poema me leva às alturas e faz reflorescer 
meu coração, minh'alma, meu espírito.
Lídia Valéria


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