Muitas vezes falamos, falamos e não somos ouvidos. Temos a sensação de estarmos sozinhos, com nossas palavras ao vento. Nem sempre somos entendidos, e torna-se difícil a caminhada. A estrada é longa e na "travessia" nem sempre nos convidam — ao contrário, deixam-nos na encruzilhada. Às vezes nos tornamos carentes.
Não podemos 'parar'; devemos continuar nossa jornada, e navegar algumas vezes a favor do vento, outras contra ele, enveredando sempre mar afora... Mar que às vezes é ardiloso, contudo, é a garantia de uma aprendizagem mais sólida na convivência entre os seres humanos no mundo em que vivemos.
Não podemos 'parar'; devemos continuar nossa jornada, e navegar algumas vezes a favor do vento, outras contra ele, enveredando sempre mar afora... Mar que às vezes é ardiloso, contudo, é a garantia de uma aprendizagem mais sólida na convivência entre os seres humanos no mundo em que vivemos.
Quando minha voz se calou, ninguém entendeu meu vazio — guardei minhas palavras, que eram traços de minh'alma. Difícil alguém saber ouvir o coração das pessoas, o interior de seu silêncio, seus sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas... Ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, não o que vai no seu interior, seus sonhos, desejos e convicções. Mister ouvir o lado inaudível das coisas, mas que tem o seu valor, pois é o lado real do ser humano... Seria assim o mundo mais afetuoso, teríamos mais motivação para viver, aprender, e melhor compreender — uma renovação.
Fale os anseios de seu coração ainda que a realidade lhe dê limites. Não se preocupe se será ouvido ou não, mas sempre com coerência e convicção.
Fale baixo, calmamente. Quem fala ou grita, sempre perde a razão.
Experimente.
Minha voz
Cantei e a essência da minha voz se calou.
Cantei e a essência da minha voz se calou.
Meu canto era surdo, mas minha voz sempre terna.
Meu jardim estava majestoso, florido, perfumado.
Mas por que eu o sentia cheio de neve?
Porque não era ouvida, meu coração gelava?
Impaciente, esperava minha voz ser percebida,
talvez por um pássaro, mesmo sendo ele inacessível.
Fazia silêncio e minha voz subia ao vento, ao relento
de bosques antigos que com sua força tomavam meu coração
e me aqueciam nessa voz que libertava minh'alma.
Esfriei minhas lágrimas de desencanto, e, sem choro nem pranto,
fortalecida, senti o vento forte que apagava a luz da lua.
Sozinha, me perdi em devaneios de corpo inteiro...
ouvi meu coração que não precisava de bens e de glórias
para alcançar o privilégio de amor nas vitórias.
Difícil nostalgia, e para conseguir o que almejava,
Difícil nostalgia, e para conseguir o que almejava,
me aninhei, como aprendiz, ao núcleo do tempo
para me harmonizar com os velhos sentimentos.
Livrei-me da utopia levando minhas mãos para o céu
e uni-me à cintilância das estrelas, ao encontro do meu ser.
Assumi a continuidade de minha consciência que continua
através dos sonhos, em busca de sentimentos celestes,
para usufruir uma existência real às minhas querenças.
Assumi a continuidade de minha consciência que continua
através dos sonhos, em busca de sentimentos celestes,
para usufruir uma existência real às minhas querenças.
Abri as portas do meu coração e das janelas de minh'lma
e saboreei um canto novo, com sabor e perfume do passado,
que é melhor que absorver qualquer álbum de recordações.
Sou um álbum vivo e revejo as lembranças latentes adormecidas,
para uma aceitação coerente de reconhecimento em minha vida.
Não aprisiono o hábito de ser feliz, fugindo ao abismo de sombras,
para uma aceitação coerente de reconhecimento em minha vida.
Não aprisiono o hábito de ser feliz, fugindo ao abismo de sombras,
fraquezas e frustrações, sem me agarrar às minhas decepções.
Renovo-me. Luzes clareiam o que sinto e minha sabedoria
aumenta quando reflito. Que efeito bom me causa isso...
aumenta quando reflito. Que efeito bom me causa isso...
Escrevo eu poemas por causa disso?
Reflito no ritmo de minha mente... Sem ela, perco meu inteiro.
O amor ficou, de conduta moral elegante, mantendo as chamas do
coração que soube o que é amar, subestimando o orgulho e a fantasia.
coração que soube o que é amar, subestimando o orgulho e a fantasia.
Minha voz hoje alcança todas as notas musicais:
é firme, meio rouca, mas serenamente sonora.
Atento para uma faceta pertinente, assim como o mais rico
é firme, meio rouca, mas serenamente sonora.
Atento para uma faceta pertinente, assim como o mais rico
dos talentos: a dúvida.
Hoje minha voz é percebida.
Mas por que eu sinto às vezes neve em meu jardim?
Mas por que eu sinto às vezes neve em meu jardim?
Perdi alguma nota musical?
Lídia Valéria
Lídia Valéria
Alfabetizar o coração para uma aprendizagem
esclarecedora é benificiar nossa existência,
renovando nosso modo de sentir.
Lídia Valéria
esclarecedora é benificiar nossa existência,
renovando nosso modo de sentir.
Lídia Valéria
9 comentários:
Oi querida amiga, Lidia!
Nossa voz, que muitas vezes, descreve nosso interior, tem um poder sem igual, de interpretação. Se calma, meiga, educada, ríspida, alterada, exala sempre o que vai no coração.Sofrimento,dor, alegria tristeza, não importa, o que a voz trás a tona é sempre o grito do que somos, queremos e sentimos.Se as neves, ainda precipitam-se em teu jardim, sussurra o teu canto de compreensão, perdão e Amor, não permitindo, tua voz calar.Já conseguiste que tua voz fosse percebida,então, continue a cantar teus exemplos de vivência e a neve logo derreterá.
Parabéns
Albani Silva
Albani, querida leitora, escreveu lindamente. Muito expressiva sua reflexão.
Há neve em muitos jardins pelo mundo afora... Embora lindos e perfumados, dependem da realidade em que estamos vivendo. Ela cai inesperadamente.
Refetir, conservando dentro de nós amor e empatia, nossa caminhada é 'de bem com a vida'.
Tudo passa, ganhamos mais força e podemos superar a 'neve' a cada visita.
E viva a vida!
Obrigada e grande abraço, Albani.
Oi Lidia!Vivamos a vida!
Realmente, tudo passa,basta fortalecermos p/ quado o momento inesperado surgir,vencermos com altruísmo.
Grande abraço
Albani
Parabéns por este post! Um dos mais bonitos aqui! Profundo! Uma verdade bem poética!
Albani, o que você escreveu lá no primeiro comentário foi muito bonito. Parab;ens e obrigado por esse carinho aqui no blog.
Glaucoooooooooooooo
Amigo, é uma honra está presente num blog, tão bem elaborado, cheia de magia e respeito pelo leitor.
Saiba, que, tanto vc, como a Lidia conquistaram meu respeito e amizade.
abraço
Ps!Sempre me refugio aqui e em seu blog, sinto-me amparada e ouvida.
Albani
Oi, eu concordo com eles, você está de parabéns pelo blog, é muito bonito, eu assino embaixo. Irei vir sempre aqui.
Ana Maria - Campo Grande
Ana Maria, de Campo Grande, feliz que tenha gostado e dizendo que voltará.
É a 'Magia do Contato': você entra, lê, promete voltar, deixando o rastro de 'sua magia' no meu espaço; eu, feliz, acredito que posso continuar escrevendo com seu incentivo.
Fico-lhe grata e já fico a sua espera.
Abraço, caríssima leitora.
Glauco, meu querido, um comentário 'seu' vale por mil, por sua coerência crítica. Faz-me acreditar que meu poema é profundo, bonito e de verdade poética.
Abraço.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Albani, presença amiga, deixou-me lisonjeada, caríssima leitora.
Obrigada por seu respeito e carinho. Sente-se 'amparada', 'ouvida' e 'refugia-se' em meu blog...
Preciso de mais elogios? Esse é mágico!
Abraço.
Olá Lidia!
Vim te desejar um lindo final de semana!
Muita paz e luz em teu ser.
abraço
Postar um comentário