Saudade é uma palavra triste.
Dentro dela o amor existe.
Como uma borboleta, vagando de flor em flor,
busco com saudade esse amor...
Amor da minha infância,
criança, usava tranças...
sapeca, levada da breca!
Gostava de jogar peteca, andar de bicicleta,
e até puxar os cabelos de minhas amigas "atletas"
que riam me vendo brincar com bonecas...
Saudade de cada momento vivido,
aprendendo a importância de cultivar
boas amizades...
Saudade das cerimônias, em casa,
onde eu recitava... a família se orgulhava...
Mas na hora da meninice, fazia artes!
Doces e bombons dos potes eram roubados!
Eram comidos entre outras gulodices...
Minha mãe em voz alta falava...
e me castigava.
Saudade de minha adolescência,
quando com muita decência namorava...
Beijos roubados, escondidos, molhados...
tão escandalizados... que outrora se negava...
Saudade que no tempo eu não sentia,
mas a verdadeira poesia
está no tempo... ficou pra trás.
Ah!... Eu era feliz e não sabia!
Hoje, só melancolia...
Saudade, desejo ardente,
que o passado se faça presente!
Saudade de ver como eu era antes
de correr atrás do arco-íris...
Lídia Valéria Peres
Lídia Valéria Peres