Por falta de tempo, as mães estão menos controladoras, mas são quase todas iguais. Acredito que o desafio seja ver seus filhos livres de qualquer mal — o que é difícil.
Os projetos feitos para um filho são pensados com carinho, amor e esperança. Natural termos sobrecarga de trabalho, devido às boas condições de vida que desejamos proporcionar. Quando iniciamos o processo de educação, moralização e saúde, temos que nos conceder certo tempo, paciência, limite. Nem sempre conseguimos seguir com esses propósitos.
Minha participação na educação de meus filhos foi rotineira, incansável, perseverante. Não media esforços e me sentia feliz a cada conquista em educá-los. Fui muito participativa na vida deles, e posso dizer, com orgulho, que fui pai e mãe. Cresceram e têm como alicerce uma ótima formação cultural. Foram bem estruturados. Forma de agir, estudar, brincar, respeitar, horário, ser amigo, educação — enfim, tudo o que uma criança precisa. Trazemos conosco a educação dada por nossos pais. Difícil seguir a educação que nos foi dada, mas acredito que somos muito e temos muito de nossos pais, o que nem sempre é aconselhável.
Lembro-me de muitas situações alegres, algumas tristes, mas, sem dúvida, nos lembramos mais das prazerosas. Uma recordação que marcou muito minha vida, e meus filhos até hoje comentam, rindo, refere-se a quando, em uma das epidemias de dengue, a cidade passou a ser pulverizada e eu fiquei sem saber o que fazer com meus filhos. Não aceitava que ficassem onde o trajeto seria feito. Mas o que faria eu? Trabalhava e não estaria em casa. Desesperei-me — mãe costumada a protegê-los de forma exagerada.
Deixei-os em casa de uma irmã, onde não seria feita a pulverização, do outro lado da cidade. Ela aceitou olhando-me admirada com o exagero, mas nada disse. No final da tarde, eu iria buscá-los (teria passado o tempo e eles não correriam perigo de inalar o veneno).
Voltando para casa com meus filhos, certa de que havia feito o melhor e mais sensato, eu radiante e feliz, fomos surpreendidos com um carro fazendo pulverização em meio à rua onde passávamos, no centro da cidade. Tudo estava nebuloso! O carro seguia na nossa frente, e nós, sem saída, seguíamos atrás. Não sabia se ria ou chorava, pois tudo que havia planejado acabava ali, onde mal dava para ver a rua.
Restou-me olhar para meus filhos e rir... Eles me consolaram, o que para mim foi um acalanto.
Falo de mim e por todas as mães, que, por amarem seus filhos, às vezes cometem exageros que muitas vezes são repetidos.
Ser mãe é ser artista, ora de drama, ora de comédia, mas quem amou e ama seus filhos, como eu, faz desta vida uma festa!
Acredito que, superiores, amem mais que os seres racionais, pelo exemplo de vida que dão.
tratando-os como um filho (por que não?).
Assim trato os meus.
Lídia Valéria
Um comentário:
Ser mãe, é tudo que frisaste e muito mais.Não tenho filhos, mas hj, posso dizer: sou mãe de minha mãe.
Mãe
(Mário Quintana)
Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.
Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!
Parabéns, Lidia!COm certeza vc é um presente de Deus à seus filhos.
Um abração
Albani
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