sábado, 9 de maio de 2009

Coisas de mãe... um pouco mais de mim


Hoje, na paz e na harmonia de que tanto sonhamos, no futuro que se fez presente, relembro gestos de carinho, mesmo exagerados... coisas de mãe... que ama.


Quem nunca ouviu de sua mãe frases como "Cuidado com o vento”, “Não abuse da água gelada”, “Cuidado ao atravessar a rua”, “Vá escovar os dentes”, “Hora de dormir”, “Já fez sua tarefa?”, “Olhe com quem anda”, “Leve um agasalho”...? Quem ouve, reclama; quem nunca ouviu, sente-se abandonado e se diz “carente”. Não existe “cobaia” neste caso; todos passamos por isso com nossas mães.

Por falta de tempo, as mães estão menos controladoras, mas são quase todas iguais. Acredito que o desafio seja ver seus filhos livres de qualquer mal — o que é difícil.

Os projetos feitos para um filho são pensados com carinho, amor e esperança. Natural termos sobrecarga de trabalho, devido às boas condições de vida que desejamos proporcionar. Quando iniciamos o processo de educação, moralização e saúde, temos que nos conceder certo tempo, paciência, limite. Nem sempre conseguimos seguir com esses propósitos.

Minha participação na educação de meus filhos foi rotineira, incansável, perseverante. Não media esforços e me sentia feliz a cada conquista em educá-los. Fui muito participativa na vida deles, e posso dizer, com orgulho, que fui pai e mãe. Cresceram e têm como alicerce uma ótima formação cultural. Foram bem estruturados. Forma de agir, estudar, brincar, respeitar, horário, ser amigo, educação — enfim, tudo o que uma criança precisa. Trazemos conosco a educação dada por nossos pais. Difícil seguir a educação que nos foi dada, mas acredito que somos muito e temos muito de nossos pais, o que nem sempre é aconselhável.

Lembro-me de muitas situações alegres, algumas tristes, mas, sem dúvida, nos lembramos mais das prazerosas. Uma recordação que marcou muito minha vida, e meus filhos até hoje comentam, rindo, refere-se a quando, em uma das epidemias de dengue, a cidade passou a ser pulverizada e eu fiquei sem saber o que fazer com meus filhos. Não aceitava que ficassem onde o trajeto seria feito. Mas o que faria eu? Trabalhava e não estaria em casa. Desesperei-me — mãe costumada a protegê-los de forma exagerada.

Deixei-os em casa de uma irmã, onde não seria feita a pulverização, do outro lado da cidade. Ela aceitou olhando-me admirada com o exagero, mas nada disse. No final da tarde, eu iria buscá-los (teria passado o tempo e eles não correriam perigo de inalar o veneno).

Voltando para casa com meus filhos, certa de que havia feito o melhor e mais sensato, eu radiante e feliz, fomos surpreendidos com um carro fazendo pulverização em meio à rua onde passávamos, no centro da cidade. Tudo estava nebuloso! O carro seguia na nossa frente, e nós, sem saída, seguíamos atrás. Não sabia se ria ou chorava, pois tudo que havia planejado acabava ali, onde mal dava para ver a rua.

Restou-me olhar para meus filhos e rir... Eles me consolaram, o que para mim foi um acalanto.

Falo de mim e por todas as mães, que, por amarem seus filhos, às vezes cometem exageros que muitas vezes são repetidos.

Ser mãe é ser artista, ora de drama, ora de comédia, mas quem amou e ama seus filhos, como eu, faz desta vida uma festa!


Não esqueça jamais que dentro do coração dos animais também está aceso o amor por seus filhos, seus anseios, seu entusiasmo, sua alegria de criar seus filhotes.

Acredito que, superiores, amem mais que os seres racionais, pelo exemplo de vida que dão.



Feliz aquele que transfere um pouco de seu amor aos animais,
tratando-os como um filho (por que não?).
Assim trato os meus.

Lídia Valéria

Um comentário:

Albani disse...

Ser mãe, é tudo que frisaste e muito mais.Não tenho filhos, mas hj, posso dizer: sou mãe de minha mãe.

Mãe
(Mário Quintana)

Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.

Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...

Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!

Parabéns, Lidia!COm certeza vc é um presente de Deus à seus filhos.
Um abração
Albani

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