sábado, 27 de março de 2010

Sonho verve


Toda história tem um fim, mas na realidade é um começo.

Não nos superamos se nunca tivermos uma tentativa de mudança. Tudo do amor, da vida é igualmente lindo; nós é que o corrompemos pelas vontades, mas não devemos nos enlouquecer por elas. Procure, quando necessário, o fim de uma história, seja ela qual for. Se não consegue mudar o que foi e o que ficou do passado, crie um novo começo.

Insistir apenas na ilusão é ser traído pelo coração de forma consciente, deixando fugaz a razão. Nossas feridas devem ser curadas com carinho, permitindo-nos a cada dia um encontro com as maravilhas que nunca faltam no mundo; o que falta é a capacidade de senti-las, admirá-las e fazer parte delas. Evite desencorajar-se e restaure a fé em si. O arco-íris é um espetáculo mágico para todos — segui-lo é uma opção. 

Acredite que seu recomeço está em meio ao colorido e ao brilho do arco-íris — tente. Tentar mais uma vez é sempre o caminho mais curto. O caminho do arco-íris é longo, mas existe sempre algo à sua espera. 

Sabedoria, reflexão ou... coisas de poeta?

* "verve": calor e força de imaginação (palavra francesa)


Sonho verve

Faz muita diferença
quando num mar de águas turvas
mergulho minh'alma fria.
Terna, desprovida de temores,
acalanto para meu corpo nessas águas procuro.
Atenuar meu coração apaixonado
que perdeu seus sonhos no escuro.
Faz diferença porque sinto saudade, melancolia...
Minhas mãos estão frias
e sentindo saudade das suas...
Essa saudade me envolve
e faz minha seiva perder-se no tempo
ficando minh'alma nua,
na embriaguez do meu amor sem albergue.
Nesse ensejo, o sol me aquecerá,
a noite me acolherá com sua chama,
e não existirá uma alma fria
para mim, mulher que ama.
Não beberei mais sozinha e meu vinho
será borbulhante e doce...
Será como meu corpo voando para o céu...
Não temerei mais o frio.
Me sustentarei na esperança,
tesouro da natureza divina.
Não sufocarei meus sorrisos,
pois estarei enflorada de amor.
E num grito louco, colando meu coração partido,
enrijecido... sem choro,
deixarei aroma até nos meus espinhos.
Poderei outra vez sentir a certeza
de meus sonhos não vedar.
O próprio vento falará de mim...

Lídia Valéria

Quem não passou por um sonho 'verve'
com certeza o reconhecerá um dia. 
Nosso futuro depende de nosso alicerce no presente.
Lídia Valéria

domingo, 14 de março de 2010

O poeta e o arco-íris....... Dia Nacional da Poesia

 *Republico este post por ser hoje o "Dia Nacional da Poesia".

A poesia ganhou um dia específico, criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.


 Antes, uma reflexão.

 
Tudo o que fiz e fizer em minha existência na Terra  desaparecerá quando eu for para "além do arco-íris", mas me perpetuarei, mesmo numa tela, ou em folhas amareladas... Minhas inspirações, meus sentimentos, versos, poemas, poesias, algumas, mesmo sem rimas. A magia de escrever  poemas será depois para os anjos,  que talvez os espalhem no colorido e no brilho do arco-íris... Neles estarei em espírito, tocando  o coração de quem sabe na Terra entender o amor com  suavidade e doçura. A magia também fará meus versos alcançarem o céu, tornando-os estrelas, pois a poesia é eterna, não morre.

Amo poetar... amo a beleza e a sutileza do arco-íris.


 O poeta e o arco-íris
Quanto mais ásperos se mostrarem os obstáculos em sua estrada, siga adiante. A cada dia nasce um novo amanhecer.

Mesmo sendo patrimônio conquistado pela educação da infância, devemos reconhecer que a maturidade espiritual é capaz de sobrepor-se a esses fatores. Quanto mais amadurecemos em espírito, mais dispostos nos tornamos ao afeto.

Desde criança, eu olhava o mundo, a natureza, os acontecimentos, as pessoas, sob uma ótica reflexiva de forma espontânea, e buscava sempre os porquês de tudo, ainda que não entendesse a profundidade de minhas análises. Sensibilizava-me com os dramas da vida, os fatos noticiosos, as alegrias dos amigos, as vitórias de estranhos, a dor de um conhecido, o sorriso de uma criança, os filhos ante o exemplo — ou não — dos pais ou da família...

Na minha tenra idade, trabalhava as primeiras lições sobre as crenças e a moral para o homem do futuro. Aprendia a sentir o mundo e a vida sob o prisma do amor e da sensibilidade distinguida de emotividade. Tudo isso às vezes era comprometido por traumas e frustrações.

"O essencial é invisível ao olhos", afirmou o genial Saint-Exupéry.

Por outro lado, a insenbilidade motiva a indiferença que pode levar a atos de desamor.

Na minha infância, a magia da vida estava sempre presente e me estimulava, mesmo quando o mundo mostrava que magia não existia. Eu acreditava e sonhava.

Na minha adolescência, quando me amei de verdade, pude perceber que o sentimento emocional era um sinal de que estava indo contra a minha verdade.

Comecei a me aprimorar em nossa língua e pensava que um dia contaria a minha vida escrevendo um livro. Gostava de escrever e cheguei a ganhar por duas vezes num concurso de redação. Ganhei como prêmio dois anos consecutivos de pagamento da escola, que era privada e cara.

Anos se passaram e eu continuei escrevendo, ora comemorações escolares, discursos de paraninfos, para homenagens, até para políticos. Mais tarde, escrevendo para grupos de amigos poetas, sonhadora que sou, fui levada a escrever poemas e não parei mais.

Não me considero uma poetisa, mas tenho esse reconhecimento e sou feliz por isso.

Ficarei muito tempo ainda neste mundo, pois, em ponto de partida, poeta não morre... apenas segue rumo ao arco-íris... Um ponto de luz mais forte no tesouro lá escondido: continuação da vida.

Nunca falarei como despedida... Tão lindo chegar a um limite de idade, minha idade, minha vida... Levo muitos anos ainda para chegar a seguir o arco-íris.

Acho simples lembrar a sorte, culpar senão a própria sorte, mas ficarei ainda muito aqui, vivendo no futuro uma idade tão especial, por merecimento, capacidade intelectual, disposição psíquica de, com vaidade, sem soberba, dizer: "Todos os anos que eu tiver, eu terei vivido!". Rodeada de amigos... pessoas que me amam...

Estarei vivendo... e agradecerei. Estou aqui! Mais uns trinta anos e terei um coração agradecido e enaltecerei minha idade. Ficarei por muito tempo ainda e verei a vida me presentear com a alegria de poder continuar escrevendo poemas, versos... Direi no futuro a minha idade com orgulho. Não quero ouvir ninguém dizendo que pareço ter menos!

Sonho chegar à "casa centenária"... Quando chegar a hora certa, me perderei no colorido do arco-íris e sorrirei... Sorrirei muito por ter oferecido ao mundo minhas inspirações. Continuarei a escrever versos além do arco-íris... Serão parte do tesouro que lá existe.

Um dia... num futuro ainda distante, nós, poetas, estaremos juntos, armazenando mais e mais tesouros: nossas inspirações.

A escrita não morre... Tem pé fincado na eternidade... no além... Afinal, estamos aqui de passagem e, com certeza, correndo atrás do arco íris.

Soberba, eu? Devaneio? Utopia?
Coisas de poeta...


Convido você a sonhar como eu.

Lídia Valéria

Minha melodia preferida: Além do arco-íris.
Faz-me sentir uma adolescente; e... quase  imortal.
Lídia Valéria

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